sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

De frente para o lago

Sempre gostei de caminhar, as vezes acho que tenho que estar fazendo algo pra pensar melhor... Reflexo da nossa sociedade? As vezes tenho a impressão que existe alguma força invisível me empurrando para ficar sempre ocupado e quando me ocupo fico o tempo todo pensando em ter um tempo livre pra pensar e quando me liberto, começo a ficar angustiado e procuro coisas pra fazer.

domingo, 19 de dezembro de 2010

“Uísque pro povo garçon”



O consumo de bebidas alcoólicas faz parte da rotina de muitas pessoas. È o que diz um verso da banda Aviões do forró “todo mundo tem um bom motivo pra beber”. Esse motivo não pode ter em ultima instância sua origem universal nas relações de alienação impostas pelo atual sistema explorador capitalista?
A bebida causa uma sensação de relaxamento que faz você fugir da realidade. O número de pessoas e o ritmo que elas ingerem álcool é assustador. Então percebemos que existe uma massificação de pessoas não satisfeitas na maior parte do tempo. Essa insatisfação decorre da manipulação ideológica que faz com que desejemos sempre comprar algum objeto para sentir a sensação de prazer, quanto mais valor e status determinado ao objeto, mais felizes ficamos.  Mas o que acontece é que a maioria dos indivíduos não ganha dinheiro o suficiente para comprar o que deseja, o salário mínimo foi feito para garantir somente bens de extrema necessidade, o que na prática nem isso consegue. A não realização do consumo de bens leva as pessoas a uma pequena depressão, e como nosso pensamento ocidental não procurou buscar a cura dos males e nos satisfazemos com paliativos, o álcool serve para esquecer e não enfrentar os problemas de frente, buscando sua origem para eliminá-lo definitivamente. Essa sensação de bem estar é apenas uma ilusão de que tudo esta bem e naquele momento nada mais importa, é só o presente, pois sabemos que a estrutura da sociedade não vai mudar e o que resta é beber para sustentar o conformismo.
O álcool causa dependência, e quando chega ao limiar da eternidade o ser humano se apresenta como no verso da música de Raul seixas “eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” .