domingo, 29 de maio de 2011

Não somos quem pensamos ser

Representamos diversos papeis sociais na sociedade. Mas não representamos papeis nenhum em relação a nós mesmos, quando nos encontramos sozinhos, fica difícil saber se ainda podemos ter escolhas individuais. Toda escolha que fazemos tem que ser desempenhada em algum lugar na sociedade. Por isso não podemos ter uma escolha individual. Nossas escolhas estão determinadas pelo que pensamos sobre o papel que devemos representar. Uma roupa, um tipo de alimentação, uma forma de falar, uma forma de portar-se. Participamos sempre de um censo coletivo, que descrevem normas, que nos influenciam e nos criam necessidades, desejos, vontades.

O nosso livre arbítrio é o de escolher o já escolhido. Nós não fabricamos e nem criamos nada, não fazemos o que vamos querer para nós. Apenas nos é apresentado, em determinada cultura, o que é aceito e o que é ensinado para nos trazer felicidade, alegria, satisfação, conforto, segurança e até a forma de amar vai depender do contexto social. Portanto, a nossa subjetividade não é algo que só aquele indivíduo tem, mas sim o que ele pode guardar pra si mesmo, o que ele pode pensar sem que, no entanto as outras pessoas saibam.

A nossa individualidade não é fruto de escolhas auto-suficientes. O circulo social em que escolhemos, já foi determinado, pela família que nos deram as bases de pensar, pela ideologia da escola que nos instruiu, pelos programas de TV que assistimos e pelos livros que lemos, ou seja, por tudo aquilo que conduziu nosso modo pensar. Logo concluímos que somos apenas consciência coletiva.